sábado, 10 de setembro de 2011

a pé , contramão e passo errante

Às vezes fico sem ter o que falar
Pensando longe
Prensado na distância de meu desejo.
Me curvo pesado,
Sentindo a aspereza do caminho
Detenho a voz da minha veia
Me levo sozinho
Entre dois instantes
Que se infinitam.

Minha musa me cala com o seu silêncio
Ando em calos e teias cerebrais.
Custos, dúvidas, astros e escuros
Das minhas cidades sonhadas;
Canto ao vento a minha alegria alegre.
Minha alma solta e batendo barulhenta
Até as últimas horas do possível.

Conquanto, acordo na rua mesmo.
Sob chuva e ignorações,
Perdido por me achar
Por encontrar um olhar
Que não se espelhe em coisas fúteis
Seja inteira fidútia
Astúcia de quem inspira-se.

Tudo isso:
Véu de criatura noturna
Amiga ilusão
Sombra achada no chão ofuscado
Pelas rachadas, turvas vistas
De dia dor, de noite a nuvem.
Só o que pude com a minha pressa febril
Fraco, franco, instampido
Me atirar estupido e sem ponto
Céu natural de linguagem de amor, só isso.

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